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Diferenças e Diferenciais, um Ponto de Vista

  • Anna Caldarola
  • 1 de jul. de 2017
  • 4 min de leitura

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"Somos todos homens e mulheres, com medos e aspirações semelhantes. A maneira de ir da discórdia para a harmonia é ir da concentração de diferenças para a concentração de semelhanças." Anthony Robbins

Considerando Diferenças e Diferenciais

Em todas as profissões há os que se esforçam mais, se desenvolvem mais e isto não significa necessariamente ganhar mais dinheiro ou poder. O problema é que nosso mercado de trabalho estabelece diferenciais competitivos onde algumas habilidades são excessivamente valorizadas conforme interesses mercadológicos pontuais. As prerrogativas das estrelas do futebol e das "top models" internacionais, profissões tão glamurosas em nossos tempos e altamente remuneradas não passam da aplicação de critérios diferenciadores para as habilidades e conhecimentos transformados em trabalho. Certo ou não, é assim, mas seria bom que isso não fosse o corriqueiro.

Todas as habilidades e competências do mundo corporativo acabam por ter valor atribuído no âmbito das funções e cargos nos mesmos critérios das profissões acima, considerando em primeira instância aspectos financeiros e de poder, seja por modismo ou outros fatores, mas quase nunca por resultado ou contribuição em relação ao todo (à Organização e, mais além, à sociedade em que ela se insere). Assim é que o mercado enfatiza a concentração de diferenças e gera equívocos onde, por exemplo, é comum ver professores e pesquisadores desmerecidos frente a cargos e funções que envolvem aspectos de poder e influência.

Segundo Bruno Bozzetto, criador de cartoons animados - são as diferenças que fazem avançar o mundo, diferenças no sentido de pontos de vista criativos permitidas pela liberdade de expressão, o pensar criativo a serviço de todos. Não são as mesmas diferenças que se manifestam e alimentam egos expressos nos termos "o melhor, o mais entendido, o mais capacitado, o mais bem remunerado" ...

Há sim que se considerar habilidades, qualidades, restrições, cada uma tão importante em um contexto amplo. Há que se considerar que cada habilidade se encaixa em outra como em um quebra-cabeças formando o tema, o negócio, a estrutura de algo maior. É possível entender cada pessoa como célula em uma Organização (unidade tão fundamental como a célula do corpo humano). Cada Departamento como um sistema, cada um tão importante quanto outro (como os sistemas de nosso corpo - o respiratório, o circulatório etc). Se pensarmos assim, como atribuir "pesos e medidas" e com base em que valores? Por isso é muito fácil que os interesses de mercado se sobressaiam, já que se baseiam sempre em indicadores concretos pautados por resultados financeiros. Para que isso não resulte em via de mão única e muitas vezes em algo deturpado e até desastroso para a Organização, é fundamental analisar o outro lado da moeda, uma vez que está suficientemente comprovado que das Organizações que sobrevalorizaram diferenças poucas obtiveram retornos representativos e a maior parte relatou não ter tido mudanças significantes na performance, isso se tiveram a sorte de não se atolar em conflitos e intrigas internas que tenham se refletido no mercado.

Como Privilegiar as Semelhanças não Deixando de Valorizar a Diversidade?

A verdade é que as pessoas se sentem desconfortáveis, ameaçadas e até aborrecidas com visões e experiências muito diferentes da sua. De modo mais abrangente, quando nos concentramos em diferenças estamos dando margem a entendimentos isolados e particulares, julgando, rotulando e superestimando uns em detrimento de outros.

O caminho está em minimizar o atrito e impacto que as diferenças podem oferecer. Para isso os corpos diretivos precisam entender em primeiro lugar que é necessário trabalhar com as pessoas não porque elas se compatibilizam, mas justamente o contrário.

Como fazer isso? Este pode ser um dos papéis das Lideranças organizacionais reconhecidas (ver artigo Chefia com Liderança) que entendem que não são os diferentes os que sabem unir e transformar, enfim criar, mas os que simplesmente se dedicam ao que fazem porque gostam e que não se acham por isso diferentes.

É fundamental: - Identificar um patrocinador forte do grupo, lider ligado ou que faça parte da Alta Administração, e que possa implantar e estimular ações agregadoras que levem a descobrir, privilegiar, valorizar e aplicar habilidades diversificadas compondo um todo harmônico e evitando diferenças ou diferenciais isolados; - Focar nas semelhanças e no todo, fazendo com que as diferenças trabalhem de forma congruente e associada (na contribuição a determinado objetivo), orientando para as metas da Organização e anseios da sociedade. A determinação das funções de cada profissional não deve perder de vista a contribuição ao todo; - Deixar claro para toda a Organização a missão agregadora e de contribuição de cada pessoa/grupo para se determinar e atingir os objetivos e metas estabelecidos; - Calibrar interesses isolados e de grupos desagregadores através da criação de uma comunicação forte e comprometida por meio de facilitadores plenamente identificados com o(s) Líder(es) desta empreitada; - Fazer foco nas pessoas e no negócio com a mesma intensidade.

Então, diferenças e diferenciais não passariam apenas de simples pontos de vista a serem considerados e colocados a serviço de um bem comum. Essa será sem dúvida a grande descoberta para o crescimento estável, de cada Organização, de cada grupo, e porque não de cada pessoa, como partes de um universo maior.

(Texto escrito como Profissional das áreas de Sistemas de Informação e Gestão em Desenvolvimento de Pessoas)

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